Michelle Bolsonaro se apresenta como nome do PL
Jaru, 06 de setembro de 2023
O evento foi organizado para empossar representantes do PL no Distrito Federal, mas teve a maior parte da sua programação voltada para discursos da ex-primeira-dama.
Em um evento do PL Mulher fechado de última hora para jornalistas, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) se apresentou, neste sábado, 2, como uma força política aos seus correligionários e disse que ela e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) são alvos de difamação e de uma tentativa de “assassinato de reputação”. Ambos são investigados pela Polícia Federal (PF) por supostamente estarem envolvidos em um esquema de venda de joias ilegais recebidas pela Presidência da República.
O evento foi organizado para empossar representantes do PL no Distrito Federal, mas teve a maior parte da sua programação voltada para discursos da ex-primeira-dama. Jornalistas que tinham credenciamento prévio foram colocados para fora, sob a alegação de que o Hípica Hall, espaço onde foi feito o encontro partidário na capital federal, não tinha um espaço para a acomodação da imprensa.
Além da ex-primeira-dama, o encontro contou com a participação das deputadas federais Bia Kicis (PL-DF), Amália Barros (PL-MT) e da governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP-DF). Bolsonaro apareceu no fim do evento, onde fez um rápido discurso para os seus apoiadores.
Ao discursar, Michelle se apresentou como uma mulher “simples” e que tem uma longa trajetória “semeando o bem” para pessoas com deficiência, através de serviços comunitários feitos antes e depois de ocupar o cargo de primeira-dama.
Michelle chama governo Lula de ‘desgoverno’ e diz que Bolsonaro ‘descobriu o Brasil’
Ressaltando a posição oposicionista do PL, a ex-primeira-dama também fez críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em que classificou como “desgoverno” e um “campo minado”, citando um provérbio bíblico para comparar a gestão do petista com a do marido: “Quando o justo governa, o povo se alegra, mas o ímpio governa, o povo não chora não, o povo geme”.
“Aquele presidente que não perdeu as eleições, aquele que elegeu a maior bancada conservadora do Congresso, aquele presidente que colocou o nome do Deus acima de tudo, aquele presidente que resgatou o amor, o patriotismo e plantou uma semente que deixou um legado patriótico. E isso ninguém vai apagar”, afirmou a ex-primeira-dama ao falar sobre o marido.
Ao falar sobre políticas para pessoas com deficiência (PCDs), Michelle disse que o Brasil foi descoberto em janeiro de 2019, quando o marido assumiu a Presidência. Bolsonaro chegou no evento pelo fim, interrompendo o discurso de uma correligionária e recebendo um “puxão de orelha” da ex-primeira-dama por ter chegado ” um pouco antes da hora”. Em um rápido pronunciamento, Bolsonaro não fez as costumeiras críticas ácidas a Lula, e afirmou que as eleições do ano passado devem ser consideradas como uma “página virada”.
“À vocês, eu só tenho o que agradecer o apoio ao longo dos quatro anos. Dei tudo de mim nestes quatro anos. Consideremos o ano passado uma página virada e vamos em frente, porque o nosso Brasil mais que pressa, ele tem a necessidade de mudar”, disse o ex-presidente.
Estão querendo apagar o nosso legado, diz Michelle
Sem citar o caso das joias, onde é investigada junto ao marido por conta da descoberta de que aliados do ex-presidente teriam vendido joias e outros objetos de valor recebidos em viagens oficiais, Michelle afirmou que está sendo alvo de difamação e de uma tentativa de assassinato de reputação, e pontuou que o apoio das correligionárias do PL se mostra importante para enfrentar a situação.
“Não liguem para as narrativas que estão construindo para nos difamar, para assassinar a nossa reputação. Estão querendo apagar o nosso legado”, disse.
O evento em Brasília ocorre dois dias depois do casal presidencial optar pelo silêncio em um depoimento simultâneo da PF que, além de Bolsonaro e Michelle, intimou outras seis pessoas. Em uma nota publicada nas redes sociais, a ex-primeira-dama justificou que preferiu ficar em silêncio durante a oitiva porque o Supremo Tribunal Federal (STF), que acompanha as investigações policiais e autoriza operações, quebras de sigilo e buscas, não seria competente para o caso.