Polícia

Seis pessoas são atacadas por arraias durante festival de praia no rio Guaporé, em Rondônia

Jaru, 11 de setembro de 2023

Por Mateus Santos, g1 RO

Festival de Praia em Pimenteiras do Oeste, Rondônia — Foto: Corpo de Bombeiros

Festival de Praia em Pimenteiras do Oeste, Rondônia — Foto: Corpo de Bombeiros

Seis pessoas foram atacadas por arraias durante um festival de praia que aconteceu em Pimenteiras do Oeste (RO), às margens do rio Guaporé, durante o fim de semana. De acordo com o Corpo de Bombeiros, em um dos casos o “espinho” do animal atravessou o pé da vítima.

O festival ocorreu entre a sexta-feira (8) e o domingo (10). Nesses três dias, os seis ataques foram registrados. As vítima foram socorridas pelos bombeiros de plantão e encaminhadas para o pronto-socorro.

Casos como esses são comuns nesse período do ano, em festa de praia de água doce. O Corpo de Bombeiros alerta para os cuidados no festivais, já que todos os casos aconteceram fora do perímetro demarcado como seguro.

Nos rios de Rondônia, existem cerca de sete espécies de arraia, algumas venenosas e outras não. Os animais podem chegar a um metro de diâmetro e possuir metro de cauda (onde ficam os espinhos).

Como acontece o ataque da arraia?

 

Raia adulta de quase quatro metros foi localizada na costa de Itanhaém, SP — Foto: Léo Francini/Mantas do Brasil

Raia adulta de quase quatro metros foi localizada na costa de Itanhaém, SP — Foto: Léo Francini/Mantas do Brasil

Ao g1, a bióloga e coordenadora do Laboratório de Ictiologia e Pesca da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Carolina Doria, contou que arraia é um animal que habita em águas rasas, muitas vezes enterradas nos fundos arenosos dos rios. Elas só atacam caso se sintam ameaçadas.

“Elas só irão atacar caso sejam ameaçadas, pisadas em sua maioria. Na ação de defesa ela executa um movimento de chicote com sua cauda e crava os espinhos no pé ou na perna [da pessoa], dissipando o veneno pelos nervos, causando uma leve paralisação nos membros”, explica.

Na maioria dos casos, pedaços da cauda (espinho) permanecem na lesão, aumentando o risco de infecção. Apesar disso, o banhista não deve machucar o animal.

“A gente está invadindo o espaço delas, com isso corremos o risco de elas contra-atacar. É importante que não machuque ela pois acontece muitos casos de pessoas cortarem as caudas das arraia por medo”, alerta Carolina.

O que fazer em caso de ataque?

A dor do ataque da arraia é intensa e pode fazer a vítima desmaiar. Segundo a tenente do Corpo de Bombeiros, Viviane Oliveira, o atendimento inicial é retirar a vítima da água, pois geralmente ela não consegue caminhar por conta da dor.

A ferida é lavada e higienizada com soro fisiológico. Pode ser necessário administrar uma vacina antitetânica na vítima. De acordo com a tenente Viviane, a pessoa que sofrer um ataque precisa manter o local elevado durante vários dias.

“No caso de algumas pessoas lesionadas, são administrados antibióticos e poderá ser necessária uma intervenção cirúrgica para fechar a ferida, a depender da gravidade, mas na maioria dos casos é necessários alguns meses até a lesão se fechar por completo”, completa.

Como prevenir o ataque?

Além de se manter dentro do perímetro seguro dos rios, uma maneira de prevenir acidentes com arraias é caminhar arrastando os pés na areia, sem levantá-los do chão, dessa forma os animais tendem a fugir. Elas só irão atacar caso sejam pisadas.

 

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